quinta-feira, 13 de março de 2014

Inimigos naturais estão combatendo Helicoverpa armigera

Inimigos naturais estão combatendo Helicoverpa armigera
Os inimigos naturais da Helicoverpa armigera estão agindo no controle da praga. É o que confirma a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que realiza estudo sobre o comportamento da lagarta na cultura da soja e mapeia a ocorrência da infestação.

“A presença desses inimigos naturais, tanto dos nematoides como dos parasitoides, é muito importante para o equilíbrio da lavoura, à medida que a safra vai se desenvolvendo, pois com um manejo adequado, a tendência é das populações de inimigos naturais crescerem”, explica a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann-Campo, da Embrapa Soja.

“É por isso que estamos reforçando a orientação para que o produtor monitore suas lavouras, tenha critérios para a decisão de controle e não aplique inseticidas indiscriminadamente sejam eles biológicos ou químicos”, alerta a pesquisadora.

Na região de Mauá da Serra (norte do Paraná), nada menos que 30% das amostras coletadas estavam infectadas. “Em algum momento, que ainda não sabemos exatamente como funciona, a lagarta é infectada por esse nematoide, que não é o mesmo que ataca as raízes das plantas”, diz Clara.

“Isso nos alerta para a importância de um bom manejo na fase inicial da cultura da soja, para que esses inimigos naturais sejam preservados e mantidos vivos no campo. Nas áreas onde há um desequilíbrio, a ocorrência de pragas é muito maior, por isso a existência de inimigos naturais é importante e sua preservação é essencial, pois ajuda a manter as populações de pragas abaixo do nível de ação e retarda a ocorrência de resistência da praga a produtos químicos”, afirma.

Os parasitoides encontrados são principalmente moscas da família Tachinidae, que se desenvolvem no interior da lagarta e, ao completar seu desenvolvimento, matam o inseto promovendo um controle natural da praga. Já era sabido que eles atacavam outras espécies de lagartas, como a Anticarsia e a Spodoptera.

De acordo com Clara Beatriz, é muito importante ter uma mudança de paradigma em relação ao controle de pragas na agricultura. “É necessário rever as estratégias de controle e ter uma visão mais ampliada do sistema de produção. Temos assistido pragas migrarem de uma cultura para outra, índices crescentes de insetos com resistência a produtos químicos, pragas secundárias se tornando um problema crítico. Não há outro caminho a não ser uma mudança profunda de postura. O controle de pragas tem que ser feito a partir de recomendações do manejo de integrado de pragas, ou seja, a partir do monitoramento e da evolução de sua ocorrência e, nunca, de forma calendarizada”, conclui.

Agrolink
Autor: Leonardo Gottems

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